gvSIG como aporte à Transferência de Tecnologia para o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique
Atualmente os laços que unem o Brasil e o Continente Africano transcendem os tradicionais vínculos históricos, das heranças culturais, dos usos e costumes, para se fortalecerem em ações de integração econômica e social, principalmente no âmbito do desenvolvimento agrícola e rural (Batistella e Bolfe, 2010).
A Embrapa junto a outras instituições nacionais e internacionais iniciou um projeto de fortalecimento da pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologia em agricultura e recursos naturais para o governo de Moçambique onde o setor agropecuário tem grande relevância social e econômica responsável por 89,3% do PIB, sendo a principal fonte de alimentos, trabalho e renda deste país. Técnicas de análises espaciais sobre os recursos naturais podem subsidiar o planejamento territorial rural e contribuir para o desenvolvimento do país.
A elaboração de uma base de dados cartográficos padronizada é um dos primeiros passos para a estruturação de um sistema de gestão territorial dos recursos naturais. Para esta padronização, integração e disponibilização dos dados foram utilizadas tecnologias livres como o gvSIG, Postgre com a extensão PostGis, Geoserver e OpenLayers. A adoção destas tecnologias permite transferir conhecimento, e processos de geração de produtos cartográficos, baseado em plataformas livres para o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).
O gvSIG, dentre outros softwares, foi utilizado para a padronização dos dados cartográficos de forma a verificar os arquivos vetoriais e analisar qual seria o sistema de referência/projeção mais adequado a todo o país. Optou-se por utilizar o EPSG:3395 (WGS 84 / World Mercator).
Como repositório de dados cartográficos vetoriais, foi utilizado o Postgre com a extensão PostGis.
O servidor de mapas utilizado para disseminar o uso da base cartográfica foi o Geoserver.
Para a programação das interfaces de navegação pelos dados vetoriais e matriciais e também integração com dados cartográficos de outras fontes como o Google Maps, foi utilizado o OpenLayers.
O acesso à base cartográfica é remoto e pode ser executado de duas formas. A primeira é através de uma interface web que pode ser acessada em http://geoserver.cnpm.embrapa.br/mocambique/mapa.html. Outra forma de acessar a base de dados é por meio do gvSIG, adicionando as camadas de dados cartográficos através do padrão OGC, WMS. O gvSIG se destaca, como software livre, por possuir funções avançadas de análise espacial através da extensão Sextante e também possui capacidade para se trabalhar com dados matriciais.
Para incentivar o uso de ferramentas livres foi elaborada uma apostila para o uso do gvSIG como SIG Desktop. Desta forma os técnicos do IIAM conseguem acessar a base cartográfica e realizar análises sobre o espaço territorial rural para as demandas específicas de seu país.
http://www.cnpm.embrapa.br/projetos/mocambique/
Slides from the presentation given at the 3rd LAC gvSIG Conference and Article which that presentation is based on (Writen in Portuguese-BR)